quinta-feira, 30 de abril de 2015

JORGE MIGUEL SALOMÃO


Jorge Miguel Salomão


       Nasceu em 27 de Janeiro de 1898 Na cidade de Safita, Síria, e faleceu em Goiânia no dia 23 de novembro de 1983. Sr. Jorge Miguel Salomão chegou ao Brasil com apenas 14 anos, na incumbência de trazer a irmã Sucena, esposa do Sr. Elias Abdom, que já se encontrava residindo no Brasil com a filha Isaura Elias Salomão esposa de Felipe.  
        Segundo nos conta o Sr. Nazir Salomão, “Ele desembarcou em Santos SP, e de lá foi para Catalão Go e ficou uma temporada na casa de um comerciante por nome de Calixto, tempos depois mudou-se para Formosa Go. E rumo a Luziânia montado num cavalo baio, desceu a rua do velho rosário, passou pela praça da matriz, adentrando a Rua do Santíssimo Sacramento, quando na altura da casa erguida ao lado do velho sobrado do Sr. Josué da Costa Meireles, avistou a mulher mais bela do lugar, aquela que seria sua companheira para o resto da vida.” 
        No dia 11 de setembro de 1918, Sr. Jorge Miguel Salomão casou-se com Adélia Elias dos Reis. Ela nasceu em 19 de janeiro de 1901 e faleceu em 23 de setembro de 1979. Adélia era filha de Militão Elias dos Reis e Ernestina da Costa Meireles. Importante notar que foram testemunhas do casamento o Sr. Evangelino Meireles e o Sr. Angelino Alves Roriz. Do casamento tiveram 12 filhos: Síria Maria Brasil, Nazira Miguel Ezin, Maria Salomão Gonçalves, Lurdes Salomão, Miguel de Jesus Salomão, Nazir Salomão, Hernestina da Costa Salomão, Milton Salomão, Crotildes Dib Salomão, Neide Dib Salomão, Ilda Dib Salomão, Nilda Dib Salomão. 
          Sr. Jorge Miguel Salomão foi um importante comerciante na cidade de Luziânia e manteve por muitos anos uma loja de comercio de tecidos e especiarias, na praça da matriz, ao lado da residência do fundador de Luziânia Antonio Bueno de Azevedo. A casa comercial do Sr Jorge Miguel Salomão vendia de tudo, de tecido a sal, como nos conta o Sr. Nazir. “ Meu pai começou a atividade comercial como “mascate”, espécie de vendedor ambulante, e levava mercadoria até para o Norte de Goiás, e outros lugares distantes”.  
        Sr. Nazir nos conta de um episódio envolvendo o pai e os indígenas que habitavam o norte de Goiás. “Foi num momento de descanso, depois de percorrer longo trajeto no lombo de animais com variadas peças de mercadorias parou para descansar a sombra de uma frondosa árvore, e logo dormiu. A esperteza e a traquinagem de alguns índios que rondavam o acampamento interromperam o sono dele. Os índios tinham colocado o corpo de um gato do mato, sobre o tórax dele e com o peso do bicho acordou com um grande susto, arremessando o gato pra longe.” 
       O exemplo da mãe, Cândida influenciou sobremaneira os costumes do Sr Jorge Miguel Salomão. “A Sra Cândida, minha avó possuía um moinho de pedra, lá em Safita, com o qual produzia farinha de trigo, e toda quinta-feira, distribuía trigo aos pobres do lugar. Assim procedeu meu pai, por estas paragens aqui do Goiás. Toda quinta-feira Santa distribuía tecidos e iguarias aos pobres da antiga Santa Luzia.” 
       Sr. Jorge era rigoroso com a organização das mercadorias nas prateleiras da loja, como nos conta Sr Nazir “ele não gostava que os filhos mexessem na organização da loja, pois sabia o lugar de todos os componentes da loja, inclusive com o preço, se chegasse uma mercadoria nova, o estoque antigo mantinha o mesmo preço”. 
      Sr Jorge mantinha certo rigor nas transações comerciais e não gostava de dar descontos, um episodio com o vizinho José de Souza, rico fazendeiro do Vão dos Angicos, hoje Padre Bernardo ilustra bem este posicionamento. “O Senhor José de Souza se dirigiu ao comercio do meu pai para comprar um tecido, corte de calça. O meu pai não se encontrava na loja, pois estava no quintal retirando o capim que invadia as plantas. O freguês foi atendido por minha mãe que de pronto elevou o preço da mercadoria e concedeu desconto ao cliente, que saiu satisfeito da loja. Comunicado o sucesso da negociação com o antigo e relutante freguês, o meu pai ficou furioso e não gostou do negocio.” 
     Sr Jorge era afeiçoado ao jogo de baralho, e freqüentava constantemente a residência de Moises fogueteiro, que ficava na antiga rua bate-couro no bairro do rosário para uma partida de carteado juntamente com o prefeito e varias autoridades e comerciantes da cidade. “Foi quando a policia da capital veio para Luziânia reprimir o jogo e prender os participantes, naquela época o então secretario de justiça Jesuino Artiaga passou com uma comitiva de integrantes dos jogos com destino a cadeia publica de Luziânia, que ficava perto da praça da matriz, onde hoje está instalado o posto de Gasolina Da terra. A minha mãe preocupada com o movimento dos policiais mandou que eu chamasse o meu pai, que se encontrava na casa do Espiridião Calixto, no casarão da Gráfica, que ficava na antiga rua do santíssimo sacramento. Avisado do acontecido, comuniquei ao Sr. Jorge e ele, já em casa, pegou uma cadeira e ficou em frente ao estabelecimento comercial da praça da matriz assistindo com tranqüilidade o desfecho dos acontecimentos e nada ocorreu com ele.” 
       Mais tarde como forma de dar exemplo aos filhos, deixou de jogar baralho, de praticar o tabagismo e também de jogar bilhar, atividades que tanto gostava de praticar “principalmente quando freqüentava o bar e sorveteria do Sr Baltazar dos Reis que ficava na Rua do Santíssimo Sacramento, (ali onde funcionou a loja do Sr. Karim na década 70), este bar passou pro Zarico, que depois vendeu para “Zé picolé” pai do Dr. Walterson, atual Secretário de Saúde de Luziânia. A loja do Sr Jorge foi doada aos filhos Miguel Salomão e Milton Salomão, na década de sessenta. (Por José Álfio e Nazir Salomão)