quinta-feira, 30 de abril de 2015

JORGE MIGUEL SALOMÃO


NAVALHA.
Aparelho de barbear, com cabo escuro, e lamina com extremidade abaulada, Pertenceu ao Sr. Jorge Miguel Salomão. Na parte de metal aparece a inscrição: "Made In Germany. Mabruso Razor Factory. Solingem Wald. E na ouytra extremidade a seguinte inscrição: MABRUSO SOLINGEM-WALD. Acervo de: Nazir Salomão.

JORGE MIGUEL SALOMÃO


Casarão da Gráfica. Luziânia Go.
O casarão pertenceu ao Sr. Experidião Calixto, Foi Pensão da Dona Lurde, na dec. de 60, e mais tarde propriedade do Sr. Filogônio Alves do Nascimento, e gráfica do Sr. Marcos Antônio do Nascimento.(Marquinho da Tipografia) Demolida no ano de 2014. Na foto, 1973: Marcos Antônio do Nascimento, Dr. Vicente Ávila dos Reis, Filogônio Alves do Nascimento, Agenor Vieira da Cunha (Sinhorzinho), e José Kisleu Vieira da Cunha (criança a esquerda); Foto Acervo: Dra. Marcia Nascimento.

JORGE MIGUEL SALOMÃO


Cadeia Velha de Luziania Go.
Demolida na década de 60 para construção da estrada de acesso à Brasilia Df. Na foto. Em frente ao fusca, Jorge Miguel Laquis e dois personagens ainda desconhecidos. O casarão a esquerda pertenceu ao Sr. Edson Carneiro (Coelho). A direita a lendária "Manoê" que frequentava a cadeia diariamente em visita aos presos. Foto: Acervo de Mirthes Lewergger.

JORGE MIGUEL SALOMÃO


Adélia Elias dos Reis, Jorge Miguel Salomão, Nazira Miguel Ezim, Nazir Salomão, Juarez Salomão (jovem a esquerda, filho de Miguel de Jesus Salomão), Sucena, Maria Abadia Salomão (de preto).Foto: Acervo de Nazir Salomão.

JORGE MIGUEL SALOMÃO


Adélia Elias dos Reis
Nasceu em 19 de Janeiro de 1901 e faleceu em 23 de setembro de 1979. Filha de Militão Elias dos Reis e Ernestina da Costa Meireles.

JORGE MIGUEL SALOMÃO


Jorge Miguel Salomão


       Nasceu em 27 de Janeiro de 1898 Na cidade de Safita, Síria, e faleceu em Goiânia no dia 23 de novembro de 1983. Sr. Jorge Miguel Salomão chegou ao Brasil com apenas 14 anos, na incumbência de trazer a irmã Sucena, esposa do Sr. Elias Abdom, que já se encontrava residindo no Brasil com a filha Isaura Elias Salomão esposa de Felipe.  
        Segundo nos conta o Sr. Nazir Salomão, “Ele desembarcou em Santos SP, e de lá foi para Catalão Go e ficou uma temporada na casa de um comerciante por nome de Calixto, tempos depois mudou-se para Formosa Go. E rumo a Luziânia montado num cavalo baio, desceu a rua do velho rosário, passou pela praça da matriz, adentrando a Rua do Santíssimo Sacramento, quando na altura da casa erguida ao lado do velho sobrado do Sr. Josué da Costa Meireles, avistou a mulher mais bela do lugar, aquela que seria sua companheira para o resto da vida.” 
        No dia 11 de setembro de 1918, Sr. Jorge Miguel Salomão casou-se com Adélia Elias dos Reis. Ela nasceu em 19 de janeiro de 1901 e faleceu em 23 de setembro de 1979. Adélia era filha de Militão Elias dos Reis e Ernestina da Costa Meireles. Importante notar que foram testemunhas do casamento o Sr. Evangelino Meireles e o Sr. Angelino Alves Roriz. Do casamento tiveram 12 filhos: Síria Maria Brasil, Nazira Miguel Ezin, Maria Salomão Gonçalves, Lurdes Salomão, Miguel de Jesus Salomão, Nazir Salomão, Hernestina da Costa Salomão, Milton Salomão, Crotildes Dib Salomão, Neide Dib Salomão, Ilda Dib Salomão, Nilda Dib Salomão. 
          Sr. Jorge Miguel Salomão foi um importante comerciante na cidade de Luziânia e manteve por muitos anos uma loja de comercio de tecidos e especiarias, na praça da matriz, ao lado da residência do fundador de Luziânia Antonio Bueno de Azevedo. A casa comercial do Sr Jorge Miguel Salomão vendia de tudo, de tecido a sal, como nos conta o Sr. Nazir. “ Meu pai começou a atividade comercial como “mascate”, espécie de vendedor ambulante, e levava mercadoria até para o Norte de Goiás, e outros lugares distantes”.  
        Sr. Nazir nos conta de um episódio envolvendo o pai e os indígenas que habitavam o norte de Goiás. “Foi num momento de descanso, depois de percorrer longo trajeto no lombo de animais com variadas peças de mercadorias parou para descansar a sombra de uma frondosa árvore, e logo dormiu. A esperteza e a traquinagem de alguns índios que rondavam o acampamento interromperam o sono dele. Os índios tinham colocado o corpo de um gato do mato, sobre o tórax dele e com o peso do bicho acordou com um grande susto, arremessando o gato pra longe.” 
       O exemplo da mãe, Cândida influenciou sobremaneira os costumes do Sr Jorge Miguel Salomão. “A Sra Cândida, minha avó possuía um moinho de pedra, lá em Safita, com o qual produzia farinha de trigo, e toda quinta-feira, distribuía trigo aos pobres do lugar. Assim procedeu meu pai, por estas paragens aqui do Goiás. Toda quinta-feira Santa distribuía tecidos e iguarias aos pobres da antiga Santa Luzia.” 
       Sr. Jorge era rigoroso com a organização das mercadorias nas prateleiras da loja, como nos conta Sr Nazir “ele não gostava que os filhos mexessem na organização da loja, pois sabia o lugar de todos os componentes da loja, inclusive com o preço, se chegasse uma mercadoria nova, o estoque antigo mantinha o mesmo preço”. 
      Sr Jorge mantinha certo rigor nas transações comerciais e não gostava de dar descontos, um episodio com o vizinho José de Souza, rico fazendeiro do Vão dos Angicos, hoje Padre Bernardo ilustra bem este posicionamento. “O Senhor José de Souza se dirigiu ao comercio do meu pai para comprar um tecido, corte de calça. O meu pai não se encontrava na loja, pois estava no quintal retirando o capim que invadia as plantas. O freguês foi atendido por minha mãe que de pronto elevou o preço da mercadoria e concedeu desconto ao cliente, que saiu satisfeito da loja. Comunicado o sucesso da negociação com o antigo e relutante freguês, o meu pai ficou furioso e não gostou do negocio.” 
     Sr Jorge era afeiçoado ao jogo de baralho, e freqüentava constantemente a residência de Moises fogueteiro, que ficava na antiga rua bate-couro no bairro do rosário para uma partida de carteado juntamente com o prefeito e varias autoridades e comerciantes da cidade. “Foi quando a policia da capital veio para Luziânia reprimir o jogo e prender os participantes, naquela época o então secretario de justiça Jesuino Artiaga passou com uma comitiva de integrantes dos jogos com destino a cadeia publica de Luziânia, que ficava perto da praça da matriz, onde hoje está instalado o posto de Gasolina Da terra. A minha mãe preocupada com o movimento dos policiais mandou que eu chamasse o meu pai, que se encontrava na casa do Espiridião Calixto, no casarão da Gráfica, que ficava na antiga rua do santíssimo sacramento. Avisado do acontecido, comuniquei ao Sr. Jorge e ele, já em casa, pegou uma cadeira e ficou em frente ao estabelecimento comercial da praça da matriz assistindo com tranqüilidade o desfecho dos acontecimentos e nada ocorreu com ele.” 
       Mais tarde como forma de dar exemplo aos filhos, deixou de jogar baralho, de praticar o tabagismo e também de jogar bilhar, atividades que tanto gostava de praticar “principalmente quando freqüentava o bar e sorveteria do Sr Baltazar dos Reis que ficava na Rua do Santíssimo Sacramento, (ali onde funcionou a loja do Sr. Karim na década 70), este bar passou pro Zarico, que depois vendeu para “Zé picolé” pai do Dr. Walterson, atual Secretário de Saúde de Luziânia. A loja do Sr Jorge foi doada aos filhos Miguel Salomão e Milton Salomão, na década de sessenta. (Por José Álfio e Nazir Salomão)


sexta-feira, 10 de abril de 2015

MAURO RAMOS CABRAL


Antiga rua do Vai-e-Vém, Onde funcionou o Bar Cristal, na altura onde esta estacionado o Jipe, Imóvel com duas portas e marquise, uma pequena platibanda esconde o telhado de telhas francesas. Esta rua fica ao lado da igreja Matriz no centro de Luziânia e hoje chama-se Travessa Rui Barbosa.(Foto: Acervo da Casa da Cultura de Luziânia Go.)

MAURO RAMOS CABRAL


PEDRA DE CRISTAL. A pedra tornou-se o cartão postal do bar, encontrava-se fincada na fachada do bar Cristal e veio do garimpo de Jatobá da cidade de Cristalina Goiás. O Sr. Mauro guarda ainda este monumento natural. Ela mede  60 cm por 30 aproximadamente, e dizem que pesa quase mil quilos. (Acervo de: Mauro Ramos Cabral).

MAURO RAMOS CABRAL


INAUGURAÇÃO DO BAR CRISTAL. 09 de maio de 1962. Sociedade tradicional de Luziânia presente na inauguração. Da esquerda para a direita: Joaquim Alves Meireles, Claudionor Pereira dos Santos, Aerton Braz de Queiroz, Jorge Pellez, Jesus de Araujo Roriz, Lucena Roriz, José Rodrigues dos Reis. De costas: Joaquim Domingos Roriz, Gilson de Jesus Roriz, Benedito de Araujo Melo, Vasco Melo, Teo Melo e Antônio Março de Araujo. (Foto. Acervo de: Gilson de Jesus Roriz ).

MAURO RAMOS CABRAL


BAR E RESTAURANTE CRISTAL - NÚCLEO BANDEIRANTE. 1958; Crianças em frente ao bar tomando guaraná. Jacimra, Sandra e Kátia, filhas de Manir Miguel, Ivete Cabral e Arnaldo Ramos Cabral, filhos de Mauro Ramos Cabral. Acervo de: Arnaldo Ramos Cabral.

MAURO RAMOS CABRAL


Mauro Ramos Cabral e Manir Miguel. 1957. Passeio de moto pela avenida central da antiga Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante. Acervo de: Mauro Ramos Cabral.

MAURO RAMOS CABRAL


BANDA EUTERPE DE CRISTALINA. 1946. Sede do Foto Ideal. Cristalina Go.
Em cima: Marciano Ramos Cabral, Clovis rocha (clarineta), Ananias (harmonia), Waldemar Coleto (baixista), Abraão Atiê (bumbo), Vicente Ferreira (Piston) Glaci Ramos Cabral (sax tenor), Zilda Ramos Cabral (requinta), Geraldo Jaime (harmonia), Mauro Ramos Cabral (bombardino), Clovis ramos Cabral (Trombone). Em baixo: Nairo Rocha (tambor), Paulo Rocha (tamborzinho), Zé Lereia ( harmonia), Sô Quinho (tarol), Eurico de Souza (harmonia), Vanda (Porta bandeira). Acervo de: Mauro Ramos Cabral.

MAURO RAMOS CABRAL


Josefina Fernandes Cabral, filha de Coranila Amélia de Oliveira (In memorian). Natural de São Domingos Go.Esposa de Mauro Ramos Cabral. Casamento realizado na Igreja Matriz de Cristalina Go. Em 10 de agosto de 1946. (Foto. Acervo de Arnaldo Ramos Cabral)

MAURO RAMOS CABRAL E O BAR CRISTAL

     
     Mauro Ramos Cabral, nasceu em 28 de maio de 1928, na cidade de Orizona Go. Filho de Marciano Ramos Cabral e Maria da Costa Cabral. Teve cinco irmãos: Clovis Ramos Cabral, Marciano Ramos Cabral filho, Aurora Ramos Cabral, Zilda Ramos Cabral e Glaci Ramos Cabral. (de outra mãe). O Pai então viúvo casou-se com Miracema Marçal Cabral, e não tiveram filhos.
         A formação escolar do Sr Mauro se ateve ao curso primário estudando com a irmã, que na época era professora em colégio público de Jandaia Go, fato que não o impediu de desenvolver  talentos especiais para o comercio, com destaque no ramo dos negócios do garimpo. 
         A trajetória do seu Mauro até Luziânia é recheada de aventuras, como nos conta: “Em 1941 meu pai Marciano Cabral viajou de Jandaia (antiga Água limpa) para Goiânia e ali manteve contato com o governador Pedro Ludovico Texeira. Ele foi pedir ao governador que o transferisse para outra região, pois na época era subprefeito em jandaia. O governador ofereceu Sitio da Abadia, e ele recusou, pois era longe, ofereceu Planaltina, não quis, ofereceu Catalão, achou longe, e ofereceu Cristalina, aceitou. E em 28 de maio de 1942 chegamos a Cristalina.” 
        Em 1946, Sr Mauro conheceu Josefina Fernandes Cabral, natural de São Domingos Go, e que foi criada em Planaltina, ela era filha de Coranila Amélia de Oliveira e pai, provavelmente um baiano desconhecido do Sr Mauro. No dia 10 de agosto de 1946, eles casaram-se na Igreja Matriz de Cristalina, e deste casamento tiveram dois filhos, Arnaldo Ramos Cabral e Ivete Ramos Cabral. 
       Na década de cinqüenta, os rumores da mudança da capital já era pressentindo pela família do Sr. Mauro.  Seu pai ouviu no radio sobre um comício de Jk em Jataí e que um rapaz no comício  pediu uma parte a Juscelino,  concedido a parte, o rapaz perguntou sobre a mudança da capital federal para o centro oeste. Não me lembro o que o presidente respondeu para o rapaz, comenta Sr, Mauro, afirmando que hoje sabemos se referir ao Toniquinho Jk e dito e feito aconteceu a mudança da capital em 1956. 
       Nessa época, houve grande afluxo de pessoas para região de Brasília, especialmente para o Núcleo Bandeirante, que se chamava Cidade Livre. “Ali montei um bar e restaurante.” Sr. Mauro nos conta como foi a origem deste empreendimento: “Foi em 1957. Eu e um amigo motoqueiro (Manir Miguel) , ele ganhou um lote e eu não ganhei. Vendemos as motos e construímos um barracão na avenida central, onde montamos o bar e restaurante Cristal. Dai com o movimento nos compramos caminhões  e os fichamos na Novacap”. 
     Os empreendimentos do Sr. Mauro não pararam por ai.  Sr. Mauro montou um bar no casarão (alugado), em Luziânia, o imóvel pertenceu ao Sr Benigno Antônio da Silva, e o negocio prosperou.  Ele nos conta que: “Vendi os dois caminhos usados. Sendo que um eu recebi o outro fui vitima de um golpe e não recebi. Comprei um lote em frente, ao antigo bar, na rua do vai-e-vem e construí o famoso “Bar Cristal”, em 9 de maio de 1962, data da sua inauguração.” E o nome do bar, SR Mauro tem motivos e justificativas para nos convencer da sua importância na paisagem. “Fui garimpeiro em cristalina, trabalhei na rua capinando, limpando lotes vazios, daí passei a comprar e vender cristal, e foi uma espécie de auto-homenagem a minha historia de vida.” Na frente do bar Sr Mauro colocou uma enorme pedra de Cristal e cuja pedra tem uma origem e especificidade, “A pedra que instalei em frente ao bar, se tornou cartão postal do bar e veio do garimpo de Jatobá em Cristalina Go.”

         Sr Mauro guarda na lembrança muitos eventos e personagens ligados ao Bar Cristal, pois mantinha um carinho especial por um personagem da historia de Luziânia que freqüentava assiduamente o Bar, esta figura se refere ao Sr Paquinha.  Sr Mauro lembra do saudoso Paquinha e nos diz que, “Ele vestia terno preto, vinha no bar todo dia e eu fornecia alimentação pra ele, e quando chegava um bêbado no bar eu botava o paquinha pra correr com ele, assim o Paquinha se  tornou uma espécie de guardião do bar.”  
        Sr Mauro Cabral ficou muito conhecido em Luziânia através das serenatas que fazia pelas ruas da cidade, em altas horas da madrugada utilizando um saxofone dourado; Este instrumento era afinado em frente a Igreja do Rosário. E assim ele nos fala dessa arte, “Sempre gostava de tocar e comecei a fazer estas serenatas, principalmente nas madrugadas de domingo para segunda, e onde passava era bem recebido, as pessoas tinham o costume de ascender às luzes da residência em agradecimento a serenata.” 
          Sr. Mauro nos fala da influencia que recebeu do seu pai no envolvimento com a música.  “Meu pai era maestro e compositor da banda Euterpe de Cristalina, isso por volta de 1945, e aprendi a tocar com ele, e também minhas irmãs e muitos cidadãos de cristalina, e todos da foto que ilustra esta entrevista”, Ele retira do baú, uma foto muito antiga que guarda com muito carinho e cita o nome das pessoas.  Ao comentar a foto ressalta um fato que aconteceu com a irmã Zilda Cabral e nos conta que: “Foi numa apresentação musical em ocasião do aniversario do Jóquei Clube de Paracatu em 1946. Na época ela tocava de ouvido e até hoje, e com o abandono do musico que tocava requinta (clarineta pequena) a minha irmã substituiu o musico a pedido do meu pai que ficou surpreso com a execução dos dobrados executados por ela”.  
         Sr. Mauro lembra como se fosse ontem o movimento no bar cristal e cita o nome de pessoas ilustres que freqüentaram o seu bar. Cita o nome do senador Mauro Borges, e a sociedade tradicional de Luziânia, principalmente o Sr. Dito Melo e Antonio Melo, pois o bar se tornou um ponto de referencia e encontro na cidade. 
       Ao perguntar para o Sr. Mauro porque ele parou com as serestas ele nos responde, “Meu amigo companheiro de violão Temistocles da Sucam, faleceu e resolvi parar com as serenatas. Fomos à Bahia umas três vezes... e a cidade de hoje não é mais a mesma. Naquele tempo não tinha perigo, hoje esta muito perigosa e não da mais pra fazer o que eu gosto que e uma boa serenata.” (Por: José Álfio e Mauro Ramos Cabral)

THEMISTOCLES PEREIRA DA SILVA


Casarão onde morou o Sr. Themistocles Pereira da Silva, na década de 70. Foto ano 89/90. Neste casarão funcionou a Escola Normal Americano do Brasil, O primeiro Cinema de Luziânia, foi sede do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal, Escola de Música Mestre Seu Vô, e atualmente, funciona a Secretaria da Promoção Social e Trabalho. (Foto: José Álfio. Acervo particular)

quinta-feira, 2 de abril de 2015

THEMISTOCLES PEREIRA DA SILVA


PULVERIZADOR
Pertenceu ao Sr. Themistocles Pereira da Silva. Instrumento de metal, marca Excelsior, mede 50 cm por 20, aproximadamente, foi utilizado para afugentar insetos, principalmente o barbeiro. Acervo de: Maria Luzia Caixeta da Silva. Luziânia Go.

THEMISTOCLES PEREIRA DA SILVA


FORMULÁRIO.
Itinerário do Guarda de Epidemiologia. 1984. Este formulário apresenta algumas localidades de Luziânia, com a quantidades de visitas realizados pelo Sr. Themistocles. Acervo. Maria Luzia Caixeta da Silva

THEMISTOCLES PEREIRA DA SILVA


Casamento de Themistocles Pereira da Silva e Maria Luzia Caixeta da Silva. 31 de outubro de 1964. Igreja Matriz de Luziânia. Celebrante: Padre Dário de Romendes.Foto Original: Acervo de Maria Luzia Caixeta da Silva.

THEMISTOCLES PEREIRA DA SILVA


CAMIONETA COM PNEU FURADO, nos itinerários da guarda de epidemiologia e Captura do Barbeiro (Inseto da subfamília Triatominae), causador da doença de chagas. 1961. Na foto: Themistocles Pereira da Silva, Vicente Campelo e Domingo Lustosa Nogueira. Autoria: Desconhecida. Acervo de: Maria Luzia Caixeta da Silva.

THEMISTOCLES PEREIRA DA SILVA



         Filho de Otaviano Pereira da Silva e Alexandrina Pereira da Silva. Nasceu no dia 26 de fevereiro de 1932, na cidade de Angical no estado da Bahia, e faleceu em 09 de setembro de 1991, em Luziânia Go.                Themisto, como era chamado teve 06 irmãos, Francisco, Zuza, Armando, Gildete, Maria e outra que se mudou pra São Paulo e, até o presente,  não se sabe do seu paradeiro. 
      A formação escolar se restringiu a quarta série primária, entretanto sabia muito bem escrever e desenvolver planilhas manuais e também levantamentos estatísticos em virtude do cargo que ocupou durante quase toda sua vida como inspetor de endemias rurais, equiparado ao agente de saúde pública nos dias atuais. 
          Em 31 de outubro de 1964 casou-se com Maria Luzia Caixeta da Silva, e dessa união tiveram 06 filhos, Iêda Caixeta da Silva, Thales Caixeta da Silva, Aquiles pereira Caixeta da silva, Claudia Caixeta da Silva, Flaviano Caixeta da Silva e Raquel Caixeta da Silva. 
            Sr. Themisto, foi Funcionário Público Federal, da antiga Sucam (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública), hoje Funasa, órgão vinculado ao Ministério da Saúde. A Sucam funcionava na Rua Coronel Antonio Carneiro, no mesmo local onde o Themisto morou com sua família, por muitos anos, no velho casarão onde está localizada a Promoção Social. 
       Além da dedicação ao trabalho e a família, ele foi um dos importantes músicos da cidade, apresentando-se nas serestas, festas e saraus, ao lado do  talentoso saxofonista Mauro Cabral, proprietário do glamouroso restaurante “Bar cristal”. Dentre os principais autores interpretados por Themisto, lembra-se de Dilermando Reis, com sua inesquecível composição intitulada “abismo de rosas” e “marcha de marinheiro”, alem de tocar músicas de Vicente Celestino, Nelson Gonçalves e Altemar Dutra.  Ao lado de Mauro Cabral e do seu inseparável violão, marca “Rei dos Violões”, fazia serenata na fazenda do ex-presidente da republica Juscelino Kubistcheck de Oliveira, quando da sua permanência na fazendinha “JK” aqui em Luziânia e juntos cantavam sua inesquecível canção, “peixe vivo”. 
           Sua esposa nos conta que não demonstrava muita simpatia pela sua atividade artística, principalmente aos finais de semana quando ficava até altas horas, às vezes na madrugada a esperar pelo companheiro. Num momento de desespero chegou a quebrar alguns de seus instrumentos musicais na calçada na tentativa de mudar  o estilo de vida, daquele que foi um dos seresteiros da madrugada, e de nada adiantou, logo aparecia o Sr. Themisto com um violão novinho, ensaiando uma nova música.  
      Hoje, com outros padrões de conforto e conhecimento,  ela tem outra opinião nos afirma que compreende a vida do artista, que levou alegria, diversão e cultura pra muita gente numa cidade ainda sem muitas opções de cultura e lazer naquela época. 
        Com relação às lembranças que ela tem do velho casarão, se resume a poucos comentários, pois foi momentos difíceis, muito trabalho, os meninos ainda pequenos e extremamente dependentes da presença da mãe e do pai, mas um tempo importante para ser lembrado no sentido de que possamos valorizar mais o que foi construído e o que temos hoje.

(Por: José Álfio em colaboração: Maria Luzia Caixeta da Silva)