quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O METEORITO DE SANTA LUZIA


Personalidades de Luziânia e o Meteorito de Santa Luzia.(No Museu Nacional do Rio de Janeiro). Corumbaci Reis Perdigão e Adelina dos Reis Meireles. Filhas de José Rodrigues dos Reis e Adelina dos Reis Meireles. Foto de 1985. Rio de Janeiro. Acervo: Casa da Cultura de Luziânia.

O METEORITO DE SANTA LUZIA


Sebastião Carneiro de Mendonça. Filho de Antônio Carneiro de Mendonça e Escholástica Soares Camargo. Sebastião Carneiro era esposo de Florentina Alves de Melo. Na foto, ao lado do Ex Prefeito de Luziânia Sr. Oscar Braz. Sr Sebastião Carneiro (Tantão) transportou o meteorito de Santa Luzia até Vianópolis, por um conto de réis. Foto: Acervo da Casa da Cultura de Luziânia.

O METEORITO DE SANTA LUZIA


Joaquim Machado de Araujo. Filho de Antônio Francisco de Araujo Melo e Libânia de Mello Alvares. Esposo de Zenóbia Afra Roriz. Joaquim Machado comprou de um lavrador, em 1920, fragmentos do meteorito. Foto: Acervo Academia de Artes e Letras do Planalto - Luziânia Go.)

O METEORITO DE SANTA LUZIA



O METEORITO DE SANTA LUZIA

De: Gelmires Reis

           Quando o supremo criador, dando expansão à sua infinita sabedoria, se dedicou ao trabalho de fazer surgir do nada, imensidades de mundos, com suas maravilhas e encantamentos, foi parcimonioso na confecção dos meteoritos, que Ele, justiceiro como é, vai distribuindo, no decorrer dos milênios, para as localidades de sua especial predileção, demonstrando carinhoso destaque para com nossa velha e querida Santa Luzia, hoje Luziânia, conforme demonstraremos no desenvolvimento deste modesto trabalho.

          De acordo com o parecer do ilustre Dr. Nei Vital, naturalista do Museu Nacional, esses pequenos corpos minerais, procedentes dos espaços interplanetários, quando se precipitam sobre a Terra, vem com incalculável velocidade e se incandescem, com o perigo de se fragmentarem, ao receberem o impacto do solo resistente. Entretanto, tal não se sucede, porque, antes de caírem definitivamente, dão uma volta para o alto, de pequena dimensão, que lhes amortece a intensidade primitiva, salvando-se, assim, essas preciosidades provocadoras de tanta admiração.

         Na repartição delas, foram beneficiadas as seguintes localidades com unidades de peso superiores a uma tonelada, de conformidade com a explicação abaixo:
         Tucuman, na Argentina, quinze mil quilos; Bendengó, no Brasil, cinco mil e trezentos quilos; Itanchito, no México, quatro mil e oitocentos quilos; Toba, na Argentina, quatro, mil e duzentos quilos; Melbourne, na Austrália, três mil quilos; e o nosso bem moldado SANTA LUZIA DE GOIÁS, Um mil, oitocentos e noventa quilos.

         Pela classificação acima, verifica-se que o nosso, ocupa o sexto lugar, no mundo; quinto na América; segundo no Brasil, e único em Goiás, que entrou no Museu Nacional, no dia cinco de novembro de 1928, onde se acha, ao lado do Bendengó, perpetuando o nome de nossa dadivosa terra.

           Das cinco partes do mundo, somente a América e a Oceania tiveram o privilégio de receber “As pedras do céu”, enquanto Europa, Ásia e África se danam de inveja e de despeito, em vista do descaso com que foram tratadas, cabendo como último recurso pedirem a São Jorge Guerreiro que lhes mande um pedaço de lua, a título de ficha de consolo.

           Deixemos em paz os inconformados e tratemos de apresentar aos nossos prezados leitores a História dos que nos pertencem, isto é, dos dois meteoritos, que caíram na vastidão desse nosso querido Brasil.

          Com relação ao primeiro, vamos transcreve o que o minucioso, paciente e louvável brasileiro Alfredo Moreira Pinto escreveu no seu monumental trabalho de três volumes, intitulado APONTAMENTOS PARA DICINÁRIO GEOGRÁFICO DO BRAZIL, edição de 1894, às páginas 248.

            Acreditamos ser essa a data certa da queda de nosso meteorito.

             O Dr. Joaquim Machado de Araújo comprou de um lavrador, em 1920, fragmentos desse meteorito, que vendeu a um viajante comercial. Este, por sua vez, o levou à Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1922, sendo premiado com medalha de bronze e vendido por um  conto de réis a um cientista dos Estados Unidos  da América do Norte

             Corria o mês de novembro de 1927. O Sírio José Elias Salomão comprou de Raimundo Florêncio de Barros, por quarenta mil réis, um fragmento de meteorito. Em seguida, o mesmo vendedor negociou com o demente José Maria do Espirito Santo o total da “pedra” por um conto de réis, parte em dinheiro e parte em animais, fugindo para o garimpo do Garças, com receio dos protestos dos condôminos da fazenda.

            Como seu verdadeiro descobridor, Raimundo Bahiano, assim conhecido, não queria encrencas do os proprietários da fazenda Paiva e tratou de mudar da freguesia.

            Sabedor destes conhecimentos, tempos depois, fomos com o nosso Procurador Fiscal Adelino Braz de Queiroz ao local indicados pelos conhecedores do assunto, em 25 de abril de 1928, e munidos de pesada marreta emprestada por frei Vicente Maria Moreira, conseguimos tirar alguns fragmentos, que enviamos para o diretor da “Informação Goiana”, no Rio de Janeiro, major Henrique Silva, acompanhado de uma carta, com precisas informações referentes ao caso; outro para a Escola de Minas de Ouro Preto, solicitando classificação das amostras; e, finalmente, outro ao Dr. Antônio Borges dos Santos, Delegado da Exposição Ibero-Americana de Servilha, em Goiás.

Recebemos esta satisfatória resposta:

          “Escola de Minas de Ouro Preto, em 28 de maio de 1928. Sr. Gelmires Reis – Santa Luzia – Estado de Goiás. Respondendo sua carta de 30 de abril próximo passado, acompanhando uma pequena caixa de amostras para estudos que me solicita com urgência. Satisfazendo seu pedido, cabe-me informar que, efetivamente, trata-se de um meteorito autêntico pela composição e estrutura. Pelas dimensões que me comunica, não é ele um meteorito comum, já podendo entrar no rol dos grandes ferros. – A escola de Minas é um velho Instituto Federal que recebe de todo Brasil a mocidade que deseja aprender a ter curiosidade pelas coisas naturais do Brasil, de que possui uma das mais ricas coleções. E, velha Escola, que tanto tem concorrido para o conhecimento de nosso caro torrão, muito se honraria se pudesse ter o Santa Luzia em lugar de honra em sua coleção. Se V. Excia. Concorda com este destino pelo notável holosiderio, que é Santa Luzia, esta Diretoria providenciaria para sua vinda, e nessa hipótese seria fineza indicar a firma pela qual se efetuaria o transporte até Vianópolis, “Tavares”, e aproximadamente o custo desse transporte. – Aguardando a fineza de sua resposta, antecipo agradecimentos e com todo apreço subscrevo-me de V. S. Amo. Ato. e Obro. (assinado) Dr. Fleuri da Rocha, Diretor”.

                Por sua vez, o major Henrique Silva mandou-nos o certificado da análise que vai transcrita:
        “Boletim de Análise de uma amostra do meteorito SANTA LUZIA, apresentada pelo oficio nº 84.899 da Sociedade Nacional de Agricultura, proveniente de 18 Km. Da cidade de Santa Luzia, Goiás. – Um fragmento de 6,54 grs. Apresentava a seguinte composição: Fe 95.33%; Ni – 2,64; Cu – 2,22; Co – 0,42; P – 0,39; e R. I. 0,92 por cento – Rio de Janeiro, 20 de agosto de 1928 – Visto. (a) Eusébio de Oliveira, Diretor; Alexandre Giroto”.

                De posse desses documentos comprobatórios, fizemos barulho pela imprensa do Rio de Janeiro, auxiliado pelo entusiasmo do Dr. Câmara Filho, representante d’O GLOBO. O resultado não se fez esperar. O Dr. Antônio de Oliveira Lisboa, Secretario de Obas Públicas, em nome do Presidente do Estado, dr. Brasil Ramos Caiado, ofereceu o meteorito ao Museu Nacional. Em vista disso foi designado o naturalista Nei Vidal, para providenciar o transporte, aqui chegando no dia 11 de setembro de 1928, encontrando sempre a nossa boa vontade em prestar-lhe nossos serviços. Fizemos diversas viagens, a cavalo, ao local onde caiu o meteorito, batendo chapas fotográficas. – Já encontrou o ilustre emissário do Museu o resultado providências por tomadas, por ordem do Governo Estadual. Empreitamos com o Senhor Sebastião Caneiro, por um conto de réis, o transporte de meteorito até Vianópolis. 
               O embarque do mesmo, no local da queda, em 30 de agosto de 1928, foi muito trabalhoso. No dia imediato, chegou a nossa cidade, mas o carro quebrou, somente prosseguindo viagem, no dia 13 de setembro, sob a responsabilidade do representante do Museu. Dr. Nei Vidal. Em data de 15, houve o batismo do meteorito, na Ponte do Corumbá, com a presença de diversas autoridades locais, dando-se-lhe o nome de SANTA LUZIA DE GOIÁS. A ata do acontecimento histórico foi lavrada por nós e assinada por Nei Vidal, Artur Ribeiro, Escolástica Ribeiro, Clovis R. Esselin, Manoel Gonçalves da Cruz, Joaquim da Câmara Filho, Sebastião Carneiro de Mendonça, Alceu Galvão de Velasco, José Rodrigues do Reis e Augusto Barreto. Registrada no livro nº 1 de transcrições, de fls. 5 a 77, sob o nº 4, no Cartório do 2º Ofício de nossa cidade, pelo 2º tabelião José Otávio do E. Santo.
Resumo do Transporte: dia 17, em Vianópolis; embarcado, em 10 de outubro; dia 16, chegada em Araguari; dia 18, em Uberaba; dia 23, em Campinas, São Paulo, onde foi pesado; dia 26, seguiu para o Rio, com destino à Marítima, onde chegou a 3 de novembro, sendo removido para o Museu nacional, no dia 5.                                    
Guardamos com desvelado carinho, honrosos telegramas recebidos de autoridades federais e estaduais, louvando nossa dedicação, no cumprimento de ordens recebidas.
Pelo seu valor histórico somente transcrevemos o que segue:
“Intendente Municipal Gelmires Reis – Santa Luzia – Goiás – Tenho prazer comunicar recebimento meteorito SANTA LUZIA que ficará neste Museu recordando Torrão goiano. – Agradeço valioso concurso V.S. – Atenciosos cumprimentos. – (a) – Roquete Pinto, Diretor Museu Nacional” – Este telegrama está datado de 5 de novembro de 1928.
                Nossa modesta administração, iniciada em primeiro de novembro de 1927 e terminada em vinte de novembro de 1930, conseguiu imortalizar o nome de nosso querido berço natal com dois acontecimentos: O descobrimento e a remessa do meteorito de SANTA LUZIA DE GOIÁS, para o Museu Nacional e a publicação do nosso DICIONÁRIO GEOGRÁFICO DO MUNICÍPIO DE SANTA LUZIA, acompanhado do respectivo MAPA DESCRITIVO, que discriminam bem as grandezas e magnificências desta Terra abençoada por Deus, única em Goiás agraciada com o admirável “presente”, remetido dos desconhecidos espaços interplanetários com endereço certo, para lhe aumentar a fama e glória conquistadas, através dos tempos, desde seu descobrimento, por seus ilustres e dedicados filhos.
                Esperamos, agora, pacientemente, a transferência do Museu Nacional para a incomparável Brasília, a fim de podermos, demoradamente e vontade, admirar o nosso SANTA LUZIA DE GOIÁS, ao lado de seu irmão BENDENGÓ, do mensageiro eterno, que vieram dizer ao mundo o quanto o nosso maravilhoso BRASIL é amado querido até nas regiões das estrelas.


(Texto de Gelmires Reis, publicado no jornal O Popular de 13 de Junho de 1976, pag. 05. Dos recortes de jornais da Casa da Cultura. Digitalizado e Digitado por: José Álfio) Obs: Mais informação no portal do Museu de Astronomia e Ciências Afins: www.mast.br

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

PHILEMON FENELON MEIRELES


Vista da Rua Jose de Melo. No primeiro plano a direita, ao lado do fusca, casarão do Sr. Philemon Fenelon Meireles, Em frente, a esquerda, casa do Sr. Paulino Lobo, e logo adiante, casarão da Igreja Presbiteriana. O sobrado que aparece atras do Fusca, com apenas uma janela na lateral, destina-se ao Centro de Convivência dos Idosos. Ali funcionou o atelier do pintor D.J. de Oliveira, no ano de 1973. O menino, no fusca, Simeão Neto, filho de Lucas Ferreira de Brito.(filho de Pérola Meireles de Brito). foto Acervo de: Maria Eunicia de Brito.

PHILEMON FENELON MEIRELES

Casarão do Sr. Philemon Fenelon Meireles e Maria Alves Bitencourt. Foto: 2005. Acervo: Ong-protegerlza

PHILEMON FENELON MEIRELES


Casarão da Igreja Presbiteriana. O casarão fica na rua José de Melo, antiga Rua da Cadeia, centro de Luziãnia Go. " O tio José Inácio Roriz, trouxe de Paracatu MG, o evangelho para a cidade de Luziânia..." Foto. Acervo de: Pérola Meirelles de Brito.

PHILEMON FENELON MEIRELES


Bateia. Objeto utilizado nas atividades ligadas ao garimpo. Confeccionada em cobre, Mede 30 cm de circunferência, aproximadamente. "Era comum a presença da pedra de cristal e pequenas quantidades de ouro que existiram nas terras do Sr. Philemon." (Perola Meirelles). Acervo de Pérola Meirelles de Brito.

PHILEMON FENELON MEIRELES


Pratos de Balança. Objeto confeccionado em bronze. Utilizado na aferição do ouro e pedras preciosas, alem de outros minerais, vegetais etc. Pertenceu ao Sr. Philemon Fenelon Meirels e Dan Maria Alves Bitencourt. Acervo de: Pérola Meireles de Brito.

PHILEMON FENELON MEIRELES


Pesos para Balança. Pequenos objetos do garimpo confeccionados em bronze. Utilizados na aferição do ouro e pedras preciosas. Pertenceu ao Sr. Philemo Fenelon Meireles e Dna Maria Alves Bitencourt. Acervo de: Pérola Meireles de Brito.

PHILEMON FENELON MEIRELES


Pote de Cerâmica. Pertenceu ao Senhor Philemon Fenelom Meireles e Maria Alves Bitencourt, objeto oriundo da Fazenda Costa, utilizado para feitura do vinagre, licores e outros produtos para consumo na fazenda. Acervo de: Pérola Meirelles de Brito.

PHILEMON FENELON MEIRELES


Nazira Meirelles dos Santos, Pérola Meirelles de Brito, Crisolita Meirelles, Cornelita Meirelles Silveira. Foto: Acervo de Pérola Meirelles de Brito.

PHILEMON FENELON MEIRELES


Nazira Meirelles dos Santos e Pérola Meirelles de Brito. Foto. Acervo de: Pérola Meirelles

PHILEMON FENELON MEIRELES


Maria Alves Bitencourt e Cornelita Meirelles Silveira.Foto 1950. Acervo de: Pérola Meireles

PHILEMON FENELON MEIRELES


Philemon Fenelon Meireles e amigos. De terno preto com cavaquinho. Demais figurante, (em identificação). Foto:Acervo de Pérola Meireles

PHILEMON FENELON MEIRELES


Maria Alves Bitencourt. Foto: Acervo de Crisolita Meireles

PHILEMON FENELON MEIRELES

            
          Filho de Francisco José Meireles e Amélia Deolinda Roriz. Nasceu em 27 de Janeiro de 1880. Pouco se sabe do período da infância. Segundo sua filha, Pérola Meireles de Brito, “Ele foi Juiz de Direito, Delegado, Conselheiro (antigo vereador) e também Presbítero, além de proprietário de várias fazendas e imóveis na antiga cidade de Luziânia”.
            No dia 04 de Junho de 1917, Philemon Fenelon Meireles casou-se com Maria Alves Bitencourt, e desse casamento tiveram 12 filhos: Amélia Meirelles Leverger, Ayres Meirelles, Andreia Meirelles dos Reis, Abel Meirelles, Adbel Meirelles, Alzira Meirelles Dutra, Pérola Meirelles de Brito, Gester Meirelles, Nazira Meirelles dos Santos, Erasmo Meirelles, Chrisolita Meirelles, Cornelita Meirelles Silveira.
                Proprietário de grandes fazendas na região, numa área compreendida em três mil alqueires com sede a poucos quilômetros de Luziânia, “da cabeceira do costa até no salgado, na beira do Rio São Bartolomeu até a fazenda Santo Antônio de sua propriedade, perfazia a extensão das terras do meu pai”, nos conta Pérola Meirelles. Na fazenda Costa, uma das principais, possuía Engenho para feitura do açúcar e também da rapadura, além do vinagre e licores e outros produtos para o consumo na fazenda, que contava com um plantel com mais de 300 cabeças de gado. O acesso a fazenda era feito através dos animais de montaria, num percurso que consumia aproximadamente, duas horas do dia, e curioso que feito sobre o lombo de Burros ou Mulas, “meu pai não gostava de andar a cavalo”.
                Não temos ainda, registros imagéticos da sede da Fazenda Costa, pois a mesma foi demolida em data ainda incerta, entretanto, a filha do Sr. Philemon guarda na memória momentos de lazer e diversão na fazenda, do tempo quando ainda criança, “Ao lado do meu pai e irmãos, saiamos para pescar no leito do Rio São Bartolomeu, momentos de muita alegria, retirávamos da terra as iscas, e pegávamos vários peixes, desde piabas até o bagre que existia em quantidades naquele rio... nos passeios inesquecíveis”. Outro costume bastante peculiar do Sr Philemon foi da atividade ligada ao garimpo, pois com a proximidade da cidade de Cristalina GO, era comum a presença da pedra do cristal e pequenas quantidades de ouro que existiu nas terras do Sr. Philemon, nos fala com muita emoção Pérola Meirelles.
                Além das fazendas, o Sr, Philemon mantinha um casarão colonial na cidade de Luziânia, na antiga Rua da Cadeia, hoje Rua José de Melo onde manteve comércio de secos e molhados. O casarão, de portais de aroeira e telhas de barro com imenso quintal foi recebido como herança da mãe, Amélia Deolinda Roriz.  As portas comerciais foram retiradas e a construção adaptada com a retirada de alguns cômodos para dar lugar a uma nova construção na lateral do imóvel.
No tempo do comércio, “Ele buscava tecidos, cereais e ferramentas diversas em Araguari MG, para provimento do armazém que mantinha em um dos cômodos frontais da casa.” Sobre a participação dos filhos na administração do comercio é importante notar que, “os filhos não participavam dos negócios comerciais, pois freqüentavam a escola Americano do Brasil que ficava na Rua Coronel Antonio Carneiro”.  Ressalta a Senhora Pérola Meirelles.
                No tempo em que o Sr. Philemon foi presbítero, membro do Conselho da Igreja Presbiteriana Independente, bem como em outras ocasiões sociais e políticas, manteve o costume de usar vestimentas que lhe impunha certo destaque no ambiente social. “Ele gostava de usar ternos de Brin na cor caqui, (cor de terra) e também usou ternos de linho branco, com chapéu de feltro.” (Pérola Meirelles)
                 A religiosidade foi constante nos dias que marcaram sua jornada aqui na terra, pois como nos informa Pérolo Meirelles, “O tio, José Inácio Roriz, trouxe de Paracatu MG, o evangelho para a cidade de Luziânia, convertendo a mãe, Amélia Deolinda Roriz, e assim ele (Filemon) seguiu os princípios e crenças da mãe.” (Pérola Meirelles). O Senhor Philemon Fenelon Meireles faleceu em 1957, com 77 anos, diagnosticado com pneumonia e foi sepultado na fazenda “Piancó” onde existiu um cemitério, em Santa Luzia, hoje cidade de Luziânia.

(Por: José Álfio e Pérola Meirelles)