Nasceu em 19 de Janeiro de 1896,
na cidade de Morrinhos Go. Filho de Ernesto Augusto Ferreira Leverger e
Francelina Júlia de Figueiredo, que faleceu de parto em 1901. Sabe-se que
Ernesto Augusto Leverger, foi médico, oficial do exército, nasceu em Santa Cruz
de Goiás em 1850 e faleceu em Morrinhos Go, em 1909.
Importante destacar que O Sr.
Ernesto Augusto Leverger era descendente do “Barão de Melgaço”, Augusto
Leverger biografado por Visconde de Taunay. Augusto Leverger “Barão de Melgaço” nasceu em
Saint-Malô, França, em 1809 e faleceu em Cuiabá MT, em 1880, com 78 anos de
idade. Ele foi presidente da província de Mato Grosso por dois mandatos,
francês considerado herói da Guerra do Paraguai e que lutou ao lado do Brasil.
Sua espada, instrumento bélico, arma da guerra encontra-se em exposição no
Museu Histórico de Cuiabá MT.
Sebastião Augusto Ferreira Lewergger
ficou órfão de mãe com apenas 5 anos de idade e de pai aos 13 anos. “Com a
morte da mãe, Sebastião Lewergger, juntamente com irmãos foi morar na residência
do seu padrinho e também tutor, Coronel Hermenegildo Lopes de Moraes, em Vila
Bela de Nossa Senhora do Carmo, Morrinhos GO, período em que desenvolveu os
estudos escolares e também aprendeu o ofício de telegrafista”. Nos conta sua
filha Mirthes Leverger.
Na Década de vinte, depois de uma temporada em
Cristalina, Sebastião Augusto Ferreira Lewergger muda-se para Santa Luzia, hoje
cidade de Luziânia para implantação dos serviços do telegrafo, nesta época
casou-se com Lizenor Lizete Meireles, considerada primeira pintora de Luziânia,
filha única de Henrrique Meireles e Zenóbia Deolinda Roriz. ”A Minha mãe
mantinha um atelier no fundo da casa do telegrafo, onde pintava os quadros à
óleo” nos conta Laís Leverger. Por ser filha única Lizenor foi criada com os
cuidados e mimos que os pais podiam lhe proporcionar nos padrões da época com
presentes que iam de imóveis a peças de ouro. “O meu avô, Henrrique Roriz
Meireles era chamado de Tetête e ofereceu de presente pra minha mãe, uma
tesoura de ouro pra ela cortar as unhas, além de muitos bens, que incluía casas
e fazendas, mas que muito se perdeu em função da pratica do jogo, muito comum
na sociedade daquela época, das apostas, empreendidas pelo esposo, nos cassinos
da cidade”, nos conta Aida Leverger.
Importante frisar que a Zenóbia Deolinda
Meireles foi considerada como representante da única família de evangélicos em
Luziânia, naquela época, seguida por membros dos matos que “frequentavam a
igreja presbiteriana que existiu em um casarão na Rua José de Melo. Neste
casarão funcionou a Igreja Presbiteriana de Luziânia, ali tinha um órgão que
toquei por mais de 10 anos”, nos conta Laiz Leverger Piccirilli.
Do casamento de Sebastião Augusto
Ferreira Lewergger e Lizenor Lizete Meireles tiveram 11 filhos: Lais Leverger
Picirilli, Mirtes Leverger Picirilli, Wilde Leverger, Sebastião Leverger Filho
(falecido), Zilda Leverger Barbosa, Dalci Leverger (falecida), Maria Dalci
Leverger de Queiroz, Ione Leverger de Melo, Maria de Lurdes Leverger Prates,
Aida Leverger de Araújo, Jose Leverger (falecido)
O casarão onde funcionou o primeiro
telégrafo de Luziânia ficava na rua 13 de dezembro que passou a chamar Rua
Coronel Antônio Carneiro. O casarão pertenceu à família de Henrique Meireles e
integrou o patrimônio de Lizenor Lizete Meireles. “Na casa tinha um cômodo onde
funcionaram os equipamentos do telegrafo, e tinha um quintal imenso, que ia de
uma rua a outra, cheio de plantas do café que colhíamos para o ano inteiro,
além de outras qualidades de frutas”.
Os equipamentos do telegrafo
ficaram na memória das filhas principalmente da Dona Mirthes Leverger que foi operadora
do telegrafo. “Lembro-me das garrafas com líquido azul, mistura de sulfato de
cobre com zinco, de onde saiam fios, uma espécie de bateria preparada em casa
mesmo que fazia funcionar o morse. Um
aparelho quadrado com uma espécie de martelinho para enviar os sinais para
serem decodificados. Marca Siems Halske”
O funcionamento do telegrafo se
integrou aos serviços do correio ficando na memória dos administradores do
telegrafo personalidades que contribuíram para o progresso da comunicação
nacional, Salustiano Barbosa dos Santos e Benedito de Araújo Melo, que fazia a
parte administrativa recebia e despachava correspondências, Além de Antônio
Reis, que foi funcionário dos correios e telégrafos e o guarda fio, Argemiro da
Fonseca Pinto, Francisco Elias Meireles, Gentil Meireles, e Salazar.
Sebastião Augusto Ferreira de
Lewergger, no ano de 1944 perdeu sua esposa que, faleceu por problemas de parto
aos 40 anos de idade. Mudando-se para Goiânia deixou o correio e telégrafos aos
cuidados da filha Mirthes Leverger. Em Goiânia Casou-se com Rosita Godinho,
natural de Goiás Velho.
Fato curioso digno de nota se refere ao
pseudônimo “Ferreira” ligado ao seu nome: “No terceiro casamento do meu pai, A
Baronesa de Limeira, Dona do Jornal do Brasil, veio a Goiânia solicitar a
retirada do pseudônimo Ferreira, para que assim, juntamente com dois oficiais
das Agulhas Negras recebesse uma herança ligada à família
Leverger, e com a recusa, ele preservou o nome da mãe e não quis a herança”.
Nos fala a artista plástica e também pintora Laís Leverger. Sebastião Augusto
Ferreira Lewergger faleceu em 18 de novembro de 1978, na cidade de Goiânia GO.
(Por José Álfio, Mithes Leverger, Laís Leverger, Aída Leverger, alem de dados
históricos do livro: Do Barro Preto ao Planalto Central de Bento Fleury e Dr. Lúcio Arantes), Conforme atualização de dados propostos por: Lizenor Lizete Meireles.