sexta-feira, 18 de setembro de 2015

SEBASTIÃO AUGUSTO FERREIRA LEWERGGER



      Nasceu em 19 de Janeiro de 1896, na cidade de Morrinhos Go. Filho de Ernesto Augusto Ferreira Leverger e Francelina Júlia de Figueiredo, que faleceu de parto em 1901. Sabe-se que Ernesto Augusto Leverger, foi médico, oficial do exército, nasceu em Santa Cruz de Goiás em 1850 e faleceu em Morrinhos Go, em 1909.
     Importante destacar que O Sr. Ernesto Augusto Leverger era descendente do “Barão de Melgaço”, Augusto Leverger biografado por Visconde de Taunay.  Augusto Leverger “Barão de Melgaço” nasceu em Saint-Malô, França, em 1809 e faleceu em Cuiabá MT, em 1880, com 78 anos de idade. Ele foi presidente da província de Mato Grosso por dois mandatos, francês considerado herói da Guerra do Paraguai e que lutou ao lado do Brasil. Sua espada, instrumento bélico, arma da guerra encontra-se em exposição no Museu Histórico de Cuiabá MT.
      Sebastião Augusto Ferreira Lewergger ficou órfão de mãe com apenas 5 anos de idade e de pai aos 13 anos. “Com a morte da mãe, Sebastião Lewergger, juntamente com irmãos foi morar na residência do seu padrinho e também tutor, Coronel Hermenegildo Lopes de Moraes, em Vila Bela de Nossa Senhora do Carmo, Morrinhos GO, período em que desenvolveu os estudos escolares e também aprendeu o ofício de telegrafista”. Nos conta sua filha Mirthes Leverger.
      Na Década de vinte, depois de uma temporada em Cristalina, Sebastião Augusto Ferreira Lewergger muda-se para Santa Luzia, hoje cidade de Luziânia para implantação dos serviços do telegrafo, nesta época casou-se com Lizenor Lizete Meireles, considerada primeira pintora de Luziânia, filha única de Henrrique Meireles e Zenóbia Deolinda Roriz. ”A Minha mãe mantinha um atelier no fundo da casa do telegrafo, onde pintava os quadros à óleo” nos conta Laís Leverger. Por ser filha única Lizenor foi criada com os cuidados e mimos que os pais podiam lhe proporcionar nos padrões da época com presentes que iam de imóveis a peças de ouro. “O meu avô, Henrrique Roriz Meireles era chamado de Tetête e ofereceu de presente pra minha mãe, uma tesoura de ouro pra ela cortar as unhas, além de muitos bens, que incluía casas e fazendas, mas que muito se perdeu em função da pratica do jogo, muito comum na sociedade daquela época, das apostas, empreendidas pelo esposo, nos cassinos da cidade”, nos conta Aida Leverger.
        Importante frisar que a Zenóbia Deolinda Meireles foi considerada como representante da única família de evangélicos em Luziânia, naquela época, seguida por membros dos matos que “frequentavam a igreja presbiteriana que existiu em um casarão na Rua José de Melo. Neste casarão funcionou a Igreja Presbiteriana de Luziânia, ali tinha um órgão que toquei por mais de 10 anos”, nos conta Laiz Leverger Piccirilli. 
        Do casamento de Sebastião Augusto Ferreira Lewergger e Lizenor Lizete Meireles tiveram 11 filhos: Lais Leverger Picirilli, Mirtes Leverger Picirilli, Wilde Leverger, Sebastião Leverger Filho (falecido), Zilda Leverger Barbosa, Dalci Leverger (falecida), Maria Dalci Leverger de Queiroz, Ione Leverger de Melo, Maria de Lurdes Leverger Prates, Aida Leverger de Araújo, Jose Leverger (falecido)
         O casarão onde funcionou o primeiro telégrafo de Luziânia ficava na rua 13 de dezembro que passou a chamar Rua Coronel Antônio Carneiro. O casarão pertenceu à família de Henrique Meireles e integrou o patrimônio de Lizenor Lizete Meireles. “Na casa tinha um cômodo onde funcionaram os equipamentos do telegrafo, e tinha um quintal imenso, que ia de uma rua a outra, cheio de plantas do café que colhíamos para o ano inteiro, além de outras qualidades de frutas”.
        Os equipamentos do telegrafo ficaram na memória das filhas principalmente da Dona Mirthes Leverger que foi operadora do telegrafo. “Lembro-me das garrafas com líquido azul, mistura de sulfato de cobre com zinco, de onde saiam fios, uma espécie de bateria preparada em casa mesmo que fazia funcionar o morse.  Um aparelho quadrado com uma espécie de martelinho para enviar os sinais para serem decodificados. Marca Siems Halske”
    O funcionamento do telegrafo se integrou aos serviços do correio ficando na memória dos administradores do telegrafo personalidades que contribuíram para o progresso da comunicação nacional, Salustiano Barbosa dos Santos e Benedito de Araújo Melo, que fazia a parte administrativa recebia e despachava correspondências, Além de Antônio Reis, que foi funcionário dos correios e telégrafos e o guarda fio, Argemiro da Fonseca Pinto, Francisco Elias Meireles, Gentil Meireles, e Salazar.
      Sebastião Augusto Ferreira de Lewergger, no ano de 1944 perdeu sua esposa que, faleceu por problemas de parto aos 40 anos de idade. Mudando-se para Goiânia deixou o correio e telégrafos aos cuidados da filha Mirthes Leverger. Em Goiânia Casou-se com Rosita Godinho, natural de Goiás Velho.

      Fato curioso digno de nota se refere ao pseudônimo “Ferreira” ligado ao seu nome: “No terceiro casamento do meu pai, A Baronesa de Limeira, Dona do Jornal do Brasil, veio a Goiânia solicitar a retirada do pseudônimo Ferreira, para que assim, juntamente com dois oficiais das Agulhas Negras recebesse uma herança ligada à família Leverger, e com a recusa, ele preservou o nome da mãe e não quis a herança”. Nos fala a artista plástica e também pintora Laís Leverger. Sebastião Augusto Ferreira Lewergger faleceu em 18 de novembro de 1978, na cidade de Goiânia GO. 
         (Por José Álfio, Mithes Leverger, Laís Leverger, Aída Leverger, alem de dados históricos do livro: Do Barro Preto ao Planalto Central de Bento Fleury e Dr. Lúcio Arantes), Conforme atualização de dados propostos por: Lizenor Lizete Meireles.